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Sem correção, tabela do IR onera 10,5 milhões de brasileiros

Economia
31 Mai 2021

Estudo do Sindifisco Nacional aponta que ausência de reajustes ou correções abaixo da inflação oficial nos últimos seis anos prejudica mais quem ganha menos  

Por Redação

Atualmente, a isenção do Imposto de Renda (IR) da pessoa física é válida para quem ganha até R$ 1.903,98 por mês, mas se a tabela do IR tivesse sido corrigida, ao menos pela inflação oficial, quem ganha até R$ 4.022,89 seria isento, ou seja, 10,5 milhões de brasileiros não teriam que pagar o imposto.

De acordo com estudo do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco Nacional) a ausência de reajustes ou correções abaixo da inflação oficial nos últimos seis anos fez tabela do IR acumular defasagem de 113,09% e, quem ganha menos é proporcionalmente mais afetado.

Uma simulação do Sindifisco Nacional mostrou que uma pessoa que recebe R$ 5.000 por mês sofre recolhimento mensal de IR de R$ 505,64. Se a tabela não estivesse defasada, o imposto seria de R$ 73,28. Quer dizer, hoje, o contribuinte paga R$ 432,36 (545,14%) a mais de imposto. Já uma pessoa que ganha o dobro, R$ 10 mil, paga R$ 1.880,64 por mês, mas se a tabela estivesse corrigida, deveria reter R$ 900,47. A diferença neste caso é de R$ 980,17, ou seja, 108,85% a mais de imposto.

Expectativas

Durante a campanha eleitoral de 2018, o atual presidente, Jair Bolsonaro, prometeu isentar do IR os brasileiros que ganhassem até cinco salários mínimos, o que, na época, representava pouco menos de R$ 5.000,00. No final de 2019, o valor prometido caiu para R$ 3.000,00 e, devido aos gastos do Governo Federal com a pandemia de Covid-19, a promessa da correção da tabela, dessa vez, com cobrança de imposto mais "progressivo", com taxas maiores para quem ganha mais, foi adiada para 2022.

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