Por Gilberto Natalini
As mudanças climáticas deixaram de ser uma preocupação futura e já fazem parte do nosso presente. Chuvas violentas, secas prolongadas, ondas de calor e eventos extremos afetam milhões de pessoas e desafiam governos e instituições em todo o mundo. Diante desse cenário, as Conferências das Partes (COPs) têm papel fundamental ao reunir países para debater soluções e firmar compromissos que mantenham o aquecimento global abaixo de 1,5 °C.
Desde sua primeira edição, em 1995, as COPs se consolidaram como o principal espaço de negociação climática internacional. Foi nelas que nasceram acordos históricos, como o Protocolo de Kyoto e o Acordo de Paris, que definiram metas globais de redução de emissões e orientaram políticas públicas em diversos países. Em 2025, a cidade de Belém (PA) sediará a COP 30, tornando-se o centro das atenções mundiais na luta contra a crise climática.
Nesta edição, espera-se que os países apresentem novas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), com metas mais ambiciosas e planos concretos de redução de emissões. As NDCs representam o compromisso que cada nação assume perante o Acordo de Paris, definindo suas metas de mitigação e adaptação às mudanças climáticas.
No entanto, muitos países têm enfrentado dificuldades para cumprir o que foi prometido, seja pela falta de recursos financeiros, limitações tecnológicas ou desafios políticos e econômicos internos. A revisão dessas metas durante a COP 30 será, portanto, um momento decisivo para reforçar a responsabilidade coletiva e alinhar os esforços globais rumo à neutralidade climática nas próximas décadas.
A AFPESP também estará presente nesse importante encontro internacional. Eu, Gilberto Natalini, coordenador de Meio Ambiente, fui nomeado pela Prefeitura de São Paulo — mais precisamente pelo prefeito Ricardo Nunes e pelo secretário de Mudanças Climáticas, José Renato Nalini — como representante da sociedade civil no grupo de trabalho da COP30, em nome da associação. Minha participação reforça o compromisso institucional da entidade com a agenda climática e com o fortalecimento do debate ambiental no Brasil.
A COP 30 será uma oportunidade única para que governos, instituições e sociedade civil avancem juntos na busca por soluções reais e duradouras. A participação da AFPESP nesse processo reafirma seu papel ativo na construção de um futuro mais sustentável e na defesa do meio ambiente como patrimônio coletivo.
Entre as iniciativas da associação, destaca-se a realização do primeiro Inventário de Gases de Efeito Estufa (GEE), concluído neste ano. Essa ação inédita permitirá estabelecer metas de redução e definir estratégias mais eficientes para alcançar o objetivo de zerar as emissões líquidas até 2030, alinhando-se às metas globais de mitigação das mudanças climáticas.
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Gilberto Natalini é coordenador de Meio Ambiente da AFPESP, médico gastrocirurgião e ambientalista. No setor público destacou-se como secretário do Verde e do Meio Ambiente e secretário executivo de Mudanças Climáticas da cidade de São Paulo. Eleito vereador de São Paulo pela primeira vez em 2000, cumpriu o seu quinto mandato até 2020. É autor de 419 projetos de leis e tem 147 leis aprovadas. Suas principais bandeiras de vida são a democracia, o desenvolvimento sustentável, maior equidade social e a moralidade pública. |