Imprimir

Mudanças climáticas: de alertas globais à ação local

Opinião
10 Outubro 2025
09 Outubro 2025

Por Gilberto Natalini                                                                                                                                                          

O aquecimento global e os fenômenos climáticos extremos avançam em velocidade maior do que a ciência havia previsto. A humanidade vive, hoje, um cenário crítico: eventos que eram esperados para o final deste século já estão ocorrendo agora, com frequência e intensidade crescentes.

Chuvas torrenciais, estiagens prolongadas, calor excessivo, frio fora de época, queimadas extensas, incêndios graves, problemas no abastecimento de alimentos e surtos de doenças climáticas, infecciosas ou não, são cada vez mais presentes em nosso cotidiano. A gravidade se intensifica porque a velocidade desses fenômenos supera, em muito, a rapidez das ações humanas para contê-los.

As emissões de gases de efeito estufa continuam crescendo, assim como o uso de combustíveis fósseis. É um quadro alarmante, que exige responsabilidade e atuação coletiva. Nesse contexto, os funcionários públicos do Estado de São Paulo não estão à margem: são, ao mesmo tempo, afetados pelas mudanças e agentes estratégicos para transformá-las.

Seja como cidadãos, pais e moradores de suas comunidades, seja como profissionais inseridos em áreas fundamentais, saúde, educação, segurança, transporte, planejamento ou fiscalização. Os servidores ocupam posição privilegiada para proteger, prevenir, combater e reparar impactos ambientais. Atitudes cotidianas, como separar resíduos, economizar água e energia, plantar e cuidar de árvores, orientar outras pessoas e denunciar irregularidades, somam-se a decisões e práticas institucionais que moldam políticas públicas e inspiram mudanças concretas.

A AFPESP tem buscado exercer, de forma prática e coerente, seu papel de liderança nessa agenda. Entre as iniciativas recentes, destaca-se o projeto Raízes do Futuro, que prevê o reflorestamento de 22 hectares e terá o plantio iniciado ainda neste ano, com a chegada do período das chuvas. A entidade também se prepara para ingressar no Mercado Livre de Energia a partir do próximo ano, passando a adquirir energia proveniente de fontes renováveis para suas unidades de lazer. Além disso, promove ações de educação ambiental voltadas a funcionários e associados e realizou, neste ano, seu primeiro Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa, um passo importante para planejar reduções efetivas e orientar novas práticas sustentáveis.

Essas iniciativas mostram que é possível agir de maneira responsável e estratégica diante da crise climática. Mas nenhuma ação isolada é suficiente. Precisamos somar esforços, dentro e fora do ambiente de trabalho, para construir uma sociedade mais sustentável, solidária e preparada para os desafios que já estão entre nós.

A AFPESP seguirá promovendo, estimulando e praticando iniciativas ambientais, mas essa caminhada exige o comprometimento de todos. Passo a passo, com informação e atitude, podemos transformar os alertas globais em ações locais efetivas.

 

 

Gilberto Natalini é coordenador de Meio Ambiente da AFPESP, médico gastrocirurgião e ambientalista. No setor público destacou-se como secretário do Verde e do Meio Ambiente e secretário executivo de Mudanças Climáticas da cidade de São Paulo. Eleito vereador de São Paulo pela primeira vez em 2000, cumpriu o seu quinto mandato até 2020. É autor de 419 projetos de leis e tem 147 leis aprovadas. Suas principais bandeiras de vida são a democracia, o desenvolvimento sustentável, maior equidade social e a moralidade pública.

Compartilhar
Imprimir