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Outubro Rosa: conscientização que salva vidas

Opinião
17 Outubro 2025
17 Outubro 2025

Por Paula Roberta Cardana César

O câncer de mama é um dos tipos de câncer mais comuns entre as mulheres em todo o mundo. No Brasil, ele ainda representa uma das principais causas de morte por câncer entre a população feminina. Diante dessa realidade, o movimento Outubro Rosa surgiu com o objetivo de alertar, informar e incentivar atitudes que salvam vidas, como a prevenção e o diagnóstico precoce.

O movimento começou nos Estados Unidos, na década de 1990, e ficou conhecido pelo laço cor de rosa que simboliza a luta contra o câncer de mama. No Brasil, ganhou força a partir de 2002 e, desde então, o mês de outubro passou a ser dedicado à conscientização sobre a importância do cuidado com a saúde da mama. Hoje, monumentos, prédios e ruas são iluminados de rosa, lembrando a todos que a informação pode ser a diferença entre a vida e a morte.

Um dos pontos mais importantes dessa campanha é reforçar que detectar o câncer de mama cedo aumenta muito as chances de cura. Quando descoberto ainda no início, o tratamento é mais eficaz e menos agressivo. Por isso, fazer exames preventivos com regularidade, como a mamografia, é fundamental.

Embora seja muito mais comum nas mulheres, é importante destacar que o câncer de mama também pode atingir os homens, representando cerca de 1% dos casos. Por isso, qualquer alteração nas mamas masculinas, como nódulos, inchaço, secreções ou retrações, também deve ser investigada. A conscientização deve ser para todos.

No Sistema Único de Saúde (SUS), a mamografia é oferecida gratuitamente para mulheres entre 50 e 69 anos, a cada dois anos, mesmo que não apresentem sintomas. Porém, mulheres com histórico familiar de câncer de mama especialmente quando o diagnóstico ocorreu em parentes de primeiro grau, como mãe, irmã ou filha antes dos 50 anos devem procurar orientação médica mais cedo. Nestes casos, o ginecologista ou clínico da unidade de saúde pode solicitar a mamografia antes dos 50 anos, além de acompanhar com mais atenção e frequência.

Também é essencial lembrar que consultar o ginecologista regularmente faz parte do cuidado contínuo com a saúde da mulher, não apenas quando há sintomas. É esse profissional que orienta sobre os exames preventivos adequados para cada fase da vida, além de esclarecer dúvidas, identificar fatores de risco e encaminhar para os exames necessários.

Nesse processo, a enfermeira tem papel fundamental. Presente nas unidades de saúde, nas ações de prevenção e nas campanhas educativas, ela atua na orientação sobre o autoexame, na escuta qualificada, no acolhimento das mulheres e no incentivo à realização da mamografia e da consulta médica. Muitas vezes, é a enfermeira quem primeiro identifica fatores de risco, encaminha para avaliação médica e acompanha todo o percurso da paciente no sistema de saúde. Seu olhar atento e acolhedor é essencial para a promoção da saúde e o cuidado integral.

Além da importância dos exames e do acompanhamento profissional, é importante lembrar que adotar hábitos saudáveis ajuda na prevenção do câncer de mama. Manter uma alimentação equilibrada, praticar atividade física, evitar o consumo excessivo de álcool, não fumar e manter o peso corporal adequado são atitudes que fazem diferença. Conhecer o próprio corpo, observar as mamas e procurar ajuda ao notar qualquer alteração também são formas de se cuidar.

O tratamento do câncer de mama varia conforme o estágio da doença e pode incluir cirurgia, quimioterapia, radioterapia, entre outros. Além dos tratamentos médicos, o suporte emocional e o acolhimento fazem parte do processo. O apoio da família, dos amigos e das equipes de saúde fortalece as mulheres nesse caminho e melhora a qualidade de vida.

O Outubro Rosa é mais do que uma campanha com laços coloridos. É um movimento de informação, empatia e cuidado com a vida. Falar sobre o câncer de mama com naturalidade, incentivar o autocuidado e promover o acesso a exames e consultas são atitudes que salvam vidas. Que esse cuidado continue durante todo o ano, e que cada mulher e também cada homem tenha o direito de se cuidar, ser ouvido e ter acesso à saúde.

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Paula Roberta Cardana César é enfermeira no Ambulatório Médico da AFPESP.

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