O último Censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010, apontou que no estado de São Paulo, 7,29% da população tem algum tipo de deficiência visual, motora, mental/intelectual ou auditiva. No Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiências, 21 de setembro, há 3.008.617 lutadores apenas no estado de São Paulo, de acordo com o Censo. Oito deles são servi‑ dores públicos da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, que é encabeçada pela secretária Célia Leão.
“Eu estou sentadinha aqui na minha cadeirinha de rodas há 45 anos por livre e espontânea pressão porque ninguém escolhe sentar numa cadeira de rodas, ficar cego, surdo, ter uma deficiência intelectual, autismo, doenças raras”, desabafa Célia, que, em 1974, sofreu um acidente de carro e, aos 19 anos, ficou paraplégica. Contudo, a secretária afirma que: “O ser humano é muito adaptável. Não é fácil, mas você consegue”.
Hoje, aos 64 anos, Célia tem um passado de luta também coletiva pelo direito das pessoas com deficiência (PcD). Os projetos da Lei da Acessibilidade e da lei que proíbe propaganda de bebidas alcoólicas na beira das rodovias paulistas são de sua autoria, de quando foi deputada estadual. A primeira lei regra a sociedade e direciona as políticas públicas para o atendimento das pessoas com deficiência. “Não é só calçada, porta, rampa. Tem a questão de comunicação. Se não estiver em braile, audiodescrição, receberá críticas”, exemplifica a secretária. Já a segunda lei teve o intuito de prevenir uma estatística da Polícia Rodoviária Estadual. Em 2003, a cada três vítimas de acidentes nas estradas de São Paulo, uma estava embriagada. Ao proibir as propagandas nas estradas, os motoristas não seriam estimulados a consumir bebidas alcoólicas, evitando acidentes e que mais pessoas entrassem para o Censo de população com alguma deficiência, como aconteceu com Célia.
Acessibilidade na AFPESP
A atual Diretoria Executiva da AFPESP promoveu inclusão para todos os associa‑ dos e seus dependentes na hora do lazer. Em julho de 2019, elevadores que suportam até 150 quilos começaram a ser instalados nas piscinas das unidades de lazer da entidade, possibilitando o acesso de pessoas com mobilidade reduzida. Além disso, há opções de apartamentos e elevadores adaptados, rampas de acesso e vagas exclusivas no estacionamento das unidades de lazer para pessoas com deficiências.
Na Sede Social, o balcão da recepção foi rebaixado para atender a todos; no andar térreo, há cancelas nas extremidades do balcão de atendimento, com sinalização para pessoa com deficiência; existem piso tátil e rampas em todo o edifício; a altura dos botões internos e externos dos eleva‑ dores atendem a regulamentação, com sinalização PcD; os banheiros dos 1o , 2o , 3o , 6o e 7o andares são adaptados, incluindo barras de apoio e alarmes de emergência acessíveis; todos os corrimãos e bebedouros têm altura conforme regulamentação para PcD; e o edifício conta com cadeira de rodas para emergências.