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Inventário de emissões de GEE da AFPESP prevê neutralidade em 2030

Sustentabilidade
18 Dezembro 2025
18 Dezembro 2025

Unidades de lazer que hospedam associados da entidade já têm desempenho melhor do que a média nacional do setor de hotelaria

Por Ricardo Viveiros & Associados*

Neste ano, a AFPESP deu um passo decisivo em sua agenda ambiental, ao concluir o primeiro Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE). Trata-se de um levantamento inédito, abrangendo desde a sede administrativa até as unidades de lazer, que hospedam seus associados em destinos turísticos paulistas e de Minas Gerais.

“O estudo revela, com precisão, o impacto climático das operações e estabelece o ponto de partida de uma jornada que mira a neutralidade de emissões até o início da próxima década”, ressalta Artur Marques, presidente da entidade. Em 2024, as atividades da associação emitiram 2.822 toneladas de CO₂ equivalente. Do total, 74,4% correspondem a emissões diretas, como combustíveis e gás, e 25,6% referem-se ao uso indireto, relativo à compra de energia elétrica.

Segundo o inventário, as unidades de lazer concentram a maior parte das emissões, embora apresentem desempenho melhor do que a média nacional do setor de hotelaria. Enquanto os hotéis brasileiros emitem cerca de 8,5 quilos de CO₂ equivalente por unidade habitacional/dia, a AFPESP registra 4,7, pouco mais da metade. “O resultado decorre de iniciativas já consolidadas, como aquecimento solar, gestão eficiente de energia, manutenção contínua e preservação de áreas verdes”, explica o coordenador de Meio Ambiente da entidade, Gilberto Natalini.

Artur Marques acrescenta que o inventário representa “um marco institucional e uma ferramenta de planejamento estratégico”. Segundo ele, a agenda climática não é mais uma escolha, mas sim uma responsabilidade de todos. “Medir nossas emissões é o primeiro passo para reduzir, compensar e, cada vez mais, operar dentro dos limites ambientais. Estamos olhando para os próximos 100 anos da AFPESP com a convicção de que sustentabilidade é um eixo central da nossa modernização”, afirma.

Preservação de áreas verdes

Um dos destaques do levantamento é a preservação de 81 hectares de vegetação nativa, área capaz de sequestrar 493 toneladas de carbono por ano. Em alguns casos, essa captação supera as emissões geradas localmente. É o caso da Unidade de Lazer Fazenda Ibirá, no interior paulista, que registrou 42,32 toneladas emitidas e 96,99 sequestradas, alcançando emissões líquidas negativas. Foi a primeira da AFPESP a atingir esse patamar.

Para Gilberto Natalini, o inventário inaugura uma nova fase na gestão ambiental da associação. “Criamos uma base sólida de informação. A partir dela, podemos definir metas exatas, priorizar investimentos e monitorar resultados de modo permanente. A AFPESP está se alinhando às melhores práticas internacionais, integrando sustentabilidade às decisões do dia a dia e adotando o GHG Protocol, referência global para empresas, governos e outras organizações medirem e reportarem suas emissões de GEE”.

O estudo também projeta os próximos passos. Com a combinação de iniciativas como os projetos Nova Energia e Raízes do Futuro, que incluem a adoção de fontes mais limpas e o plantio de 39 mil árvores, a entidade estima reduzir até mil toneladas de CO₂ equivalente por ano. Se mantido o ritmo planejado, as emissões líquidas devem cair pela metade até 2026 e chegar a zero em 2030.

Artur Marques reforça que a meta é compatível com o papel social da AFPESP e sua responsabilidade como entidade representativa do funcionalismo público, que deve dar exemplo. “Somos uma associação quase centenária, com presença no Estado inteiro e forte impacto regional em cada unidade de lazer. Fazer a transição para operações de baixo carbono é honrar nossa história e preparar o futuro que nossos associados esperam. É eficiência, é cuidado ambiental e é referência”.

O inventário inaugura oficialmente a jornada da AFPESP rumo ao net zero. É um propósito que, segundo Natalini, “não começou com o nosso levantamento, mas se viabiliza a partir dele”.

*Assessoria de imprensa da AFPESP

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