Por Maria Edna Silva Roza, coordenadora de Educação e Cultura da AFPESP
Há cem anos, a cidade de São Paulo foi palco de um dos maiores movimentos artístico-culturais de transformações nacionais: A Semana de 22.
De forma sintética, a Semana de 22 — cuja programação central transcorreu em três dias: 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922 — representou atos contrários aos modelos tradicionais, conservadores e pouco acessíveis da época, nas áreas da literatura, da música, das artes e da arquitetura.
O Teatro Municipal de São Paulo foi o espaço por excelência das atividades conduzidas por nomes expressivos da época: Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Graça Aranha, Villa Lobos, Tarsila do Amaral, Victor Brecheret, Pagu, Lasar Segall, Di Cavalcanti, Menotti Del Picchia, Guiomar Novaes e tantos outros.
Eles se uniram para representar o descontentamento com manifestações artísticas, literárias e musicais que não se identificavam com os ideais de nacionalismo ou que faziam remissão a modelos tradicionais, engessados. De uma maneira geral, os propósitos da Semana de 22 intencionavam abrir espaços de reflexão para uma consciência de democratização das linguagens artísticas.
O resultado desses propósitos não se deu de imediato, mas os ideais da Semana de 22 transformaram indelevelmente todas as manifestações artístico-culturais que sobrevieram ao cenário nacional.
E, certamente, a AFPESP insere-se nesse contexto: próximo a também comemorar o seu centenário, a Associação notabiliza-se por, constantemente, buscar e alcançar inovações de práticas e de sistemáticas de trabalho, com a intenção sempre superior de propiciar um atendimento ao associado cada vez mais pautado pela acessibilidade e representação.
Maria Edna Silva Roza é coordenadora de Educação e Cultura da AFPESP e associada desde 1983. Foi responsável pela implantação da Orquestra AFPESP, além da revitalização do grupo de teatro e outros projetos.