Pesquisa mostra que impacto negativo é proveniente da inatividade física durante a quarentena
Por Redação
A Universidade de São Paulo (USP) publicou o resultado de um estudo realizado com 34 mulheres entre 50 e 70 anos, onde pesquisadores mediram de forma objetiva o impacto à saúde causado pelo baixo nível de atividade física durante a quarentena. Os testes apontaram uma piora no estado geral de saúde das voluntárias, como perda de força muscular, condicionamento aeróbico, aumento dos níveis sanguíneos de colesterol e hemoglobina glicada.
O professor da Escola de Educação Física e Esporte de Ribeirão Preto (EEFERP-USP) e um dos autores do artigo, Carlos Bueno Junior, ressaltou que as participantes já eram consideradas fisicamente inativas antes do início da pandemia, pois não tinham uma rotina estruturada de exercícios. Com o confinamento a movimentação diminuiu ainda mais, pois deixaram de fazer atividades rotineiras, como passear com o cachorro, brincar com os netos, caminhar até o ponto de ônibus ou até o trabalho.
Dados obtidos no estudo
As participantes da pesquisa foram submetidas a uma bateria de exames antes da pandemia, em fevereiro de 2020, onde parâmetros como peso, índice de massa corporal (IMC), percentual de gordura, circunferência abdominal, força de preensão manual, pressão arterial, perfil alimentar (por meio de questionário), capacidade cardiorrespiratória, níveis de colesterol, taxas de glicemia, insulina e hemoglobina glicada (exame capaz de indicar o risco de diabetes tipo 2) foram avaliados pelos pesquisadores.
Na segunda bateria de exames – realizada 16 semanas após o início do confinamento – não houve alteração em parâmetros como IMC, peso, percentual de gordura corporal e circunferência abdominal. Porém, registrou-se, em média, um aumento de 39,8% na taxa de insulina, 9,7% na de hemoglobina glicada e 1,3% na de glicemia (valor considerado não-significativo). Houve queda significativa (10%) na porcentagem de plaquetas do sangue e o nível de colesterol aumentou 8%.
O teste de caminhada indicou perda de 4,4% da capacidade aeróbica e o de apreensão manual indicou uma redução de 5,6% da força muscular.
De acordo com os dados obtidos, os pesquisadores concluíram que, no contexto da pandemia, os parâmetros que já eram ruins, em razão do estilo de vida das voluntárias, ficaram piores. Houve um aumento do risco de desenvolver doenças crônicas e, para aquelas que já apresentavam problemas cardiovasculares ou metabólicos, o quadro se agravou.
Opções de atividades físicas na AFPESP
Associados da AFPESP e dependentes podem se matricular nas atividades oferecidas na sede social e unidades regionais (importante consultar a lista das regionais abertas e as atividades disponíveis). Todas contam com acompanhamento de profissionais especializados e seguem os protocolos de segurança estabelecidos pelos órgãos responsáveis durante o período de pandemia.
Antes de iniciar qualquer atividade, converse com um médico para discutir a viabilidade do exercício escolhido.
Ambulatório Médico AFPESP
Localizado no prédio da Venceslau Brás, no centro de São Paulo, o Ambulatório Médico AFPESP oferece consultas gratuitas para acompanhamento médico nas seguintes especialidades: clínica geral, geriatria e ginecologia.
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Fonte: Agência FAPESP