Data foi criada para reforçar a importância dos educadores; cenário atual é de dificuldades
Por Redação
Instituído pela Lei 13.054, em 2014, o Dia Nacional dos Profissionais da Educação visa à valorização tanto de professores quanto de demais trabalhadores da área, como diretores, coordenadores e supervisores pedagógicos, entre outros. A data é celebrada hoje, 6 de agosto, em meio a uma realidade de obstáculos impostos pela pandemia.
Embora seja fato a importância dos educadores para a sociedade, visto ser a educação a principal área de desenvolvimento humano, o propósito deste dia tem sido complexo desde 2020. A crise sanitária que assola o mundo trouxe desafios para todos as carreiras, mas sobretudo para professores e gestores educacionais.
O fechamento de escolas, com adoção do ensino a distância, exigiu dos profissionais da educação adaptações até então inimagináveis. De acordo com a professora da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto Teíse Garcia, em entrevista à Rádio USP, o principal desafio foi manter e exercitar a mediação de vínculo entre estudantes, famílias e escolas.
Ainda assim, segundo ela, o papel da escola como ambiente fundamental para a sobrevivência das pessoas foi ressaltado. Em muitas regiões do país as unidades de ensino foram os locais onde as pessoas buscaram suporte, por exemplo, para retirar cestas básicas e assegurar a própria sobrevivência. Esse tipo de atividade não seria possível sem apoio dos profissionais da educação.
Já no que se refere à educação em si, professores tiveram que se adaptar às novas tecnologias para ministrar aulas virtuais, sem treinamento prévio. A novidade se somou à sobrecarga de trabalho em função da rotina de preparo de aulas, lançamento de informações em sistema e atendimento aos estudantes por meio de aplicativos, muitas vezes pessoais.
Os desafios da pandemia incluem ainda o receio pela transmissão do novo coronavírus. Nesta segunda-feira (2), por exemplo, as aulas presenciais voltaram oficialmente no estado de São Paulo. O secretário da Educação, Rossieli Soares, afirma que o retorno é imprescindível para tentar recuperar a aprendizagem perdida, sendo possível por causa do avanço da campanha de vacinação.
Representantes do magistério, no entanto, argumentam que a decisão é precipitada. Entidades como Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) e CPP (Centro do Professorado Paulista) argumentam que muitos dos profissionais de ensino ainda não foram imunizados com a segunda dose da vacina, e que a variante Delta é uma ameaça para toda a comunidade escolar.
Apesar das divergências, o fato é que a discussão sobre o retorno às aulas mostra que a educação sempre foi primordial e que não há manutenção desse direito constitucional sem os profissionais da área. Professores, diretores de escola, coordenadores e supervisores de ensino, entre outros, exigem atenção não apenas neste dia 6 de agosto, mas em todos os outros.