Por Artur Marques
Jorge Bergoglio, argentino de nascimento, foi o Papa Francisco. É o primeiro latino-americano líder da igreja católica e originário da Companhia de Jesus. Faleceu no dia 21 de abril de 2025, em Roma, aos 88 anos de idade e doze anos de pontificado. Formado em Filosofia, pela Universidade Católica de Buenos Aires, doutorou-se em Teologia pela Universidade de Freiburg, na Alemanha.
Papa Francisco. Foto: iStock
A partida do Papa Francisco comoveu a todos. As pessoas reconheceram a grandiosidade e inteligência de um homem de fé e de muita esperança. Suas lições, mensagens e projetos foram divulgadas pelas encíclicas: Luz da Fé (2013); Louvado Seja (2015); Todos Irmãos (2020) e Amou-nos (2024). Também publicou o livro “A Alegria do Evangelho”. Estas obras retratam a sua visão realista e atual, guiadas pela sua formação originária – Companhia de Jesus. Demonstrou ao mundo, pelo nome escolhido – Francisco – as intensas mudanças que faria nos destinos do cristianismo. Dentre elas, a sua dedicação aos pobres, imigrantes, injustiçados e doentes, sem descuidar-se da própria natureza e do meio ambiente.
Professor, praticou exemplarmente o diálogo, inclusive interreligioso, revelando-se fiel discípulo das decisões tomadas pelo Concílio Vaticano II.
Ultrapassou, em muito, as barreiras espaciais, e político-geográficas, na construção de uma irmandade universal. Conquistou o respeito e a admiração de pessoas de todas as religiões e nações por sua postura firme em favor da justiça social e da paz entre os povos.
Salientou em todos os momentos, com bom humor, a dimensão religiosa da caridade, do amor e da amizade. Exortava um comportamento mais existencial e ético, mais próximo das comunidades.
Comprometeu-se com a verdade, enfrentando todos os graves problemas envolvendo os membros da Igreja, pedindo perdão por esses erros e omissões da Igreja em relação às vítimas. Tratou com maestria todas as questões preconceituosas, aproximando-se dos mais vulneráveis, dos discriminados, buscando a aproximação de divorciados, de transexuais e de casais do mesmo sexo.
Realizou profundas reformas na Cúria Romana, descentralizando a administração da Igreja, com maior distribuição de responsabilidades.
As realizações do Papa Francisco atualizaram a Igreja e sua imagem na modernidade. Foi defensor intransigente dos valores sociais, da moral, da democracia, da paz, do diálogo e da tolerância.
O Papa Francisco deixa um grande legado de humildade e de sabedoria ao enfrentar todas as questões existenciais que afligem o mundo, em constante transformação.
Por isso, será sempre lembrado, especialmente, pelos avanços imprimidos à Igreja Católica Apostólica Romana.
Artur Marques é presidente da AFPESP e desembargador aposentado do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.