Recomposição salarial de 5,15% será implementada aos cerca de 120 mil servidores municipais da ativa e aposentados; em greve há duas semanas, sindicatos reivindicam 12,52% de aumento real e linear
Por Redação
Em sessão realizada nesta terça-feira (29), a Câmara Municipal de São Paulo aprovou, em segundo turno, o Projeto de Lei (PL) nº 416/2025 que prevê um reajuste salarial de 5,15% para os servidores municipais. A proposta, enviada pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB), foi aprovada por 37 votos favoráveis e 17 contrários. Não houve abstenções.
Segundo o texto, a recomposição salarial será implementada em duas etapas, com 2,6% a ser aplicado a partir de maio deste ano e um segundo reajuste de 2,55% a partir de maio de 2026. Todos os cerca de 120 mil servidores municipais, incluindo ativos, comissionados, aposentados e pensionistas, receberão o reajuste.
Duas emendas ao projeto, aprovadas em votação posterior, garantem que o vale-refeição e vale-alimentação tenham seus valores atualizados em única parcela de 5,21% ainda em maio de 2025 e que os valores dos reajustes terão 2025 como ano-referência.
A decisão do Legislativo paulistano, no entanto, foi alvo de críticas da categoria, que está em greve há duas semanas e decidiu continuar a paralisação. O Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo (Sindsep), defende um aumento de 12,52%, considerando tanto a reposição salarial quanto um aumento real dos proventos.
O sindicato baseou sua reivindicação no crescimento das receitas municipais, conforme previsto na Lei de Orçamento Anual (LOA) 2025. Além da revisão salarial, a paralisação do Sindsep demanda o fim do desconto previdenciário de 14% e um aumento no piso salarial dos profissionais da educação municipal.
A categoria destaca ainda que o percentual aprovado fica abaixo da inflação acumulada no período. Segundo o Índice de Preços ao Consumidor do Município de São Paulo (IPC-Fipe), os preços aumentaram 5,16% entre março de 2024 e março de 2025 – 0,01% acima do reajuste concedido.
Em resposta, a administração municipal defende que o reajuste aprovado garante os equilíbrios das contas, prevendo um aumento de R$ 1,2 bilhão na folha de pagamento.
Ainda de acordo com a prefeitura, o aumento apresenta um avanço para valorizar os servidores. “Este é o terceiro ano seguido em que todos os funcionários públicos municipais vão receber aumento linear em seus salários, rompendo um ciclo histórico de mais de 20 anos em que a Revisão Geral Anual (RGA) era simbólica, com apenas 0,01% de aumento”, afirmou o Executivo, em publicação.
O projeto passará agora para redação da Comissão de Constituição, Justiça e Legislação Participativa (CCJ) e, posteriormente, para sanção do prefeito.
Servidoras manifestam descontentamento com reajuste em sessão na Câmara Municipal de São Paulo. Fotos: Richard Lourenço/Rede Câmara.