Professor indígena é exemplo de representatividade na sala de aula, assim como delegada é peça-chave na hora de mulheres denunciarem violências sofridas e para a investigação de casos de feminicídio
Por Redação
Na última reportagem da série “O Profissional Público do Futuro”, produzida pelo jornal Folha de S.Paulo e pela República.org, os repórteres Emerson Vicente e Tatiana Cavalcanti, entrevistaram servidores públicos da Educação e da Segurança que são exemplos de representatividade e, portanto, promovem a igualdade racial e de gênero no estado de São Paulo.
O professor David Henrique da Silva Pereira é especialista em currículo de educação escolar indígena da Diretoria de Ensino de Bauru, da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo. Desde 2006 ministra aulas de alfabetização e saberes tradicionais (estudo da etnia local) para anos iniciais em escola estadual dentro da aldeia Ekeruá, na terra indígena de Arariba, em Avaí (SP), onde cresceu e vive até hoje.
Ao ensinar seus alunos, Pereira fortalece e perpetua a identidade cultural do povo Ekeruá, inclusive sua língua nativa, chamada terena, ao mesmo tempo que forma cidadãos para viverem em uma sociedade não indígena, uma vez que as crianças também aprendem outros idiomas, como português e inglês. "A representatividade é essencial para passar esse conhecimento para as gerações futuras”, disse o educador.
Outra entrevistada foi a delegada Jamila Jorge Ferrari, coordenadora das Delegacias de Defesa da Mulher, da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, que há mais de duas décadas trabalha em casos de homicídio, feminicídio, violência contra mulher, crianças e adolescentes.
"As mulheres buscam solidariedade e sororidade. De alguma forma, elas se sentem mais encorajadas em contar para outra mulher o que aconteceu com elas porque a delegada ou escrivã, se não viveu aquilo, entende o que ela passa", revelou Ferrari.
Fonte: Folha de S.Paulo.