Há 13 meses estamos vivendo de forma diferente!
A pandemia trouxe para o mundo uma nova forma de sobrevivência: distanciamento social, isolamento físico e confinamento. O artista, neste contexto, teve que se reinventar; assim como muitos outros profissionais precisaram recorrer à tecnologia e descobrir outra linguagem para expressar sua arte.
A internet, as redes sociais, as plataformas de reuniões virtuais e o WhatsApp tornaram possível o desenvolvimento de uma nova interação humana. Aprendemos e conseguimos nos conectar globalmente em questão de dias. Mesmo as pessoas doentes conseguiram uma maneira de se comunicar com seus entes queridos que permaneceram distantes.
O artista, com sensibilidade, traduz em arte toda esta situação social e humana e reflete em sua expressão artística a angústia, a incerteza, o medo, mas também a esperança e principalmente, o amor demonstrado e revelado com intensa emoção. Por meio da arte, a perda de pessoas próximas e de personalidades importantes da sociedade ameniza-se por revelar sentimento de humanidade e empatia.
O artista vive uma situação conflituosa. Para que possa criar, planejar, executar sua obra, ele necessita do distanciamento social. No entanto, para que sua arte ganhe realmente “vida” é importante que seja exposta, vista, discutida e disseminada pela sociedade. Como chegar às pessoas sem interação física?
A tecnologia adaptou e, de forma diferente, chegou à casa das pessoas. Museus criaram formas de mostrar suas coleções por meio de eventos, artistas plásticos realizaram exposições virtuais, cantores e músicos se engajaram em “lives”, bailarinos e atores adaptaram espetáculos para o mundo virtual.
Acreditem, todo este movimento, de alguma maneira, trouxe alegria e esperança para as pessoas confinadas; muitos relatos afirmam que a arte possibilitou momentos de fantasia, harmonia e distanciamento da realidade nestes 13 meses tão difíceis para a existência das pessoas no mundo.
Nós, artistas, ainda confiamos que a pandemia acabe em breve e que seja resgatada a interação, o encontro e o abraço.
Veja abaixo a aquarela "A Força Divina", de Antonietta Tordino, criada em junho 2020 para exposições internacionais virtuais na Espanha, França e América Latina:
Antonietta Tordino é artista plástica, educadora artística, pintora, professora aposentada, poeta da Academia de Letras, Ciência e Artes da AFPESP ocupando a cadeira nº 10, da categoria de Artes, cuja patrona é Chiquinha Gonzaga.