Um dos sete pecados capitais é a inveja. Há muitos conceitos do que seja e há relatos até bíblicos sobre esse assunto. Em Gênesis, conta-se o episódio criminoso de Caim e Abel. Caim, por inveja, mata o irmão. Mas... o que seria inveja?
Para os gregos, em tempos mitológicos, era um deus. Para os romanos, uma deusa. A palavra “ftonos”, em grego, exprime esse defeito que é falta de fé em si mesmo, por isso “olhar com maus olhos”. Com relação às crianças significa: “Mau olhado”. O deus era representado com uma cabeça cercada de cobras, olhos estrábicos e fundos, a pele pálida e uma magreza horrível.
A mitologia observou e constatou muitos tipos de inveja. Ela é um monstro que o mais brilhante mérito não pode sufocar, mas devora-se a si mesma. “Ao invés do invejoso sentir prazer daquele que tem ou sabe, ele sente a dor daquilo que os outros têm”. “Não suporta que os outros o superem”. “Adoece quando o vizinho passa bem”. “Fere-se a si mesmo e lamenta-se de sua vida sem cessar”. “Seu intelecto se deteriora e seu coração vive na inquietação”. “A vingança de uma pessoa invejosa, quando se aflige com a felicidade e boa sorte de um amigo, provoca-lhe imensurável ruína nos bens materiais e na saúde”. “Ninguém quer o invejoso como amigo”. “Toda inimizade passa, menos a inimizade de um invejoso”. “Como não consegue lhe tirar os bens e a virtude odeia e faz tudo para causar até a morte”.
Enfim, eu fui vítima de quatro invejosos que trabalharam para mim como técnicos de informática. Apagaram tudo o que eu tinha de melhor no computador e ainda me causaram terror, ameaças, até que fui tomada por uma síndrome do pânico. Mulheres, cuidado com os crimes cibernéticos!
Irene Zanette de Castañeda é integrante da Academia de Letras, Ciências e Artes da AFPESP, ocupando a cadeira nº 01 de Letras; doutora em Literatura Portuguesa e Brasileira; mestra em Estudos Literários; escritora; poeta e colunista do Jornal Primeira Página de São Carlos/SP.