Depois de ouvir palestras, conferências, documentários de sociólogos e autoridades que estudam o comportamento da juventude diante do novo coronavírus pode-se fazer algumas considerações. Em primeiro lugar é preciso conscientizar os jovens de 18 a 29 anos sobre o papel deles para a contenção do contágio do coronavírus. Muitos jovens se sentem muito seguros. Acreditam que nunca pegarão esse vírus. Ou, se pegarem a Covid-19, será leve. Eles sentem-se livres para andar com seus pares porque há muita energia a gastar, juntam-se em grupos e são os que mais circulam pela cidade, pelos bares, nos churrascos e nas festinhas. Isto aumenta a contaminação.
Muitas vezes, eles não sentem os sintomas, mas ao chegarem a casa ou encontrarem os parentes, podem transmitir o vírus para os pais e avós, grupo de risco, sem se darem conta disso. Há pessoas contaminadas que não têm manifestação da Covid-19. Esta é uma das causas da contaminação. Por isso estão morrendo mais idosos. E eles, muitas vezes, nem saíram de casa. O pior é que o vírus tem alto nível de propagação. É preciso conscientizar os amigos, familiares e os jovens. Também as visitas dos netos aos avós ajudam na contaminação.
Os jovens não aguentam ficar sem a liberdade. Sentem-se alheios à possibilidade de serem infectados. Arriscam-se praticando esportes, vendo como modelos os grandes campeonatos e saem às ruas para festejarem aos montes. Eles também se juntam para comemorar a vitória do seu time.
Às vezes, pela pobreza, eles não têm como se manterem em casa, saem em busca de empregos, porque estão sem comida ou vão às compras sem os devidos cuidados. Muitos andam pelas ruas com fone de ouvido e não usam máscaras. Isso acaba com a solidariedade e preocupação com o outro. Muitos ridicularizam os idosos, porém, dizem que: “O velho foi um jovem que deu certo.” Está faltando, neste caso, a educação da família, que é básica. Tudo tem que começar dentro de casa. Mas eles não se conformam com a ideia de ficarem trancados dentro de casa. Não aceitam a repressão do confinamento.
No entanto, há muitos outros jovens que não frequentam a escola devido à proibição dos protocolos de isolamento social, mas vivem na Internet, no “rolé” virtual com a galera. Estes são mais conscientes e respeitam o outro, ou seja, seus pais e avós. Já os idosos não se importam tanto de ficarem em casa, mas não têm o hábito de estar o dia inteiro na frente do computador. Já se ouviu um jovem dizer: “Já não tenho avós, então vou curtir a vida enquanto o mundo não acabe!”.
É importante promover a consciência, a responsabilidade e solidariedade da juventude, quando individualista e despreocupada. Só assim, esta pandemia poderá diminuir consideravelmente, evitando tantas mortes, sobretudo de idosos.
.. | Irene Zanette de Castañeda reside em São Carlos, São Paulo. Possui mestrado em Estudos Literarios, é doutoranda em Letras (Literatura Portuguesa e Brasileira), escritora, professora universitária, colunista do Jornal Primeira Pagina de São Carlos e ocupa a cadeira nº 01 de Letras da Academia de Letras, Ciência e Artes da AFPESP, cujo patrono é Monteiro Lobato. |