Medicamentos, desenvolvidos pelo instituto desde o início dos anos 1900, agem contra envenenamento por serpentes e doença respiratória infectocontagiosa
Por Redação
O Instituto Butantan, entidade referência em pesquisa e fabricação de medicamentos imunobiológicos no mundo, divulgou que iniciou, nesta semana, a exportação de 2.820 frascos de soros antiofídicos e antidiftéricos para países da América do Sul, América do Norte e Europa.
Com isso, dez países passam a integrar a lista de importadores de medicamentos produzidos pelo instituto.
Além dos Estados Unidos, Canadá e o Reino Unido — que há três anos importam soros do Butantan — também receberão remessas dos imunizantes: Colômbia e Chile (América do Sul); Panamá, Trinidad e Tobago, Bermudas e República Dominicana (América do Norte); além da Alemanha (Europa).
Funcionários do Instituto Butantan embalam os soros em caixas que serão importadas. Foto: Comunicação Butantan.
Soros antiofídicos e antidiftérico
Entre os medicamentos antiofídicos, o Butantan exportará o soro antibotrópico, que age contra o envenenamento por picadas de serpentes do gênero Bothrops — jararacas, por exemplo —, e o antilaquético, que combate a peçonha de víboras do gênero Lachesis, como as surucucus.
Ambos são produzidos desde 1901 pelo instituto, que também desenvolveu outras cinco categorias de imunizantes que tratam acidentes provocados por envenenamento de diversos gêneros de serpentes como cascavéis e corais.
Já o soro antidiftérico, produzido no Butantan desde 1906, é indicado contra a difteria, uma doença respiratória infectocontagiosa causada pela bactéria Corynebacterium diphtheriae. Em casos graves, a doença pode acometer grandes inchaços na garganta, miocardite, inflamações nos nervos e hemorragias.
Caixa contendo o soro antidiftérico. Foto: Comunicação Butantan.
Vacinas contra a Covid-19 e influenza
O Instituto Butantan também teve (e tem) papel fundamental para o controle da pandemia de Covid-19 — combatendo sintomas e complicações da doença — com a fabricação da CoronaVac. A vacina foi feita em parceria com a biofarmacêutica chinesa Sinovac, distribuída em todo o país e exportada para outras nações.
Segundo pesquisa realizada com estudos clínicos, e divulgada em abril deste ano pelo Butantan, o imunizante obteve eficácia de 62,3% em casos leves de infecção pelo SARS-CoV-2 (vírus que ocasiona a Covid-19). Já a eficiência em casos moderados e graves da doença foi de 83,7% a 100%.
Além da CoronaVac, o instituto Butantan também é responsável pela fabricação e distribuição de uma das vacinas contra a gripe (causada pelo vírus influenza). Além de circular por todo o Brasil, em abril de 2022, a entidade exportou 925 mil doses do imunizante para o Uruguai e Nicarágua.